Scooby! O Filme - Crítica

Por Ricardo Syozi 

Foto: Divulgação/YouTube

Scooby! O Filme (Scoob, EUA / Canadá, 2020)
Duração: 1 hora e 34 minutos
Gênero: Comédia, animação
Diretor: Tony Cervone
Roteirista(s): Matt Lieberman, Adam Sztykiel, Jack Donaldson, Derek Elliott, Eyal Podell e Jonathon E. Stewart
Plataformas: Streaming & Videos on demand 

Um dos cachorros mais populares da cultura pop já possui muitas animações e filmes em seu currículo, se reinventar é uma tarefa complicada em muitos sentidos, mas nada disso impede a Máquina do Mistério de ao menos tentar. A mais recente empreitada veio com Scooby! O Filme que engana quem pensa que é um reboot da franquia, na verdade o filme decide expandir seus nomes e até criar um universo cinematográfico da Hanna-Barbera, algo popular hoje em dia.

Os primeiros minutos do longa-metragem mostram como Salsicha e Scooby se conhecem, logo em seguida os outros membros da Mystery Inc. são introduzidos. Até aí tudo bem padronizado para um filme de origem, porém antes mesmo de terminar o primeiro ato somos apresentados ao vilão que é ninguém mais ninguém menos do que Dick Vigarista. Sim, o mesmo antagonista do desenho Corrida Maluca. A partir daí percebemos que este não será apenas uma hora e meia de charme, mas sim um amálgama de personalidades da famosa Hanna-Barbera

Os minutos seguintes passam voando, oferecendo uma jornada apaixonante tanto para fãs de longa data quanto para novatos. Scooby! O Filme fornece o suficiente para agradar quem jamais viu qualquer mistério sendo resolvido pelo time, mas também consegue reintroduzir seus personagens de uma forma inteligente e reverente. Felizmente tivemos alterações naquelas personificações passadas onde a Velma era feia, mas inteligente; Fred bonito, mas burro; Daphne linda, mas superficial; Salsicha divertido, mas bobo; e Scooby fofinho, mas medroso. O melhor é que as mudanças ocorrem de forma orgânica, sem realmente tocar na essência de cada um. Mas a melhor parte de tudo isso é o enorme foco nos laços de amizades que o time possui, fazendo este ser o grande tema do filme. 

Expandindo ainda mais esse universo da Hanna-Barbera temos personagens como Falcão Azul e Capitão Caverna, cada um com seu momento de brilhar. Além disso somos apresentados que nada realmente é para sempre, mesmo nos desenhos animados, abrindo nossos olhos para mudanças e novas iniciativas. Essa do “se prender ao passado” parece que não tem muito espaço durante os três atos de Scooby! O Filme, mas sem desmerecer o que já ocorreu e o que representou à tantas pessoas ao redor do mundo. 

Mesmo com tantas qualidades, o filme possui momentos mais bregas e óbvios. Temos a velha ruptura na amizade como um tema recorrente dos longas da equipe, por exemplo. Porém ao chegar a seu derradeiro clímax, tudo se ajeita e se amarra, dando a sensação de satisfação plena ao espectador. Praticamente há de tudo: desde ação, passando por comédia e drama. Os personagens possuem seus momentos de brilhar, mesmo que tive a sensação que alguns deles tiveram menos espaço do que outros, mas em uma hora e meia de filme é algo esperado. 

Scooby! O Filme reintroduz a gangue de investigadores à uma nova audiência, mas se esforçando muito para agradar quem vem acompanhando a série há décadas. Ela respeita seu source material e adiciona elementos modernos muito bem-vindos. A animação é linda, digna de um projeto que teve cerca de cinco anos de produção, e teria sido uma excelente experiência caso tivesse ido aos cinemas. É claro que a pandemia mudou todos os planos, e o longa-metragem foi lançado diretamente nas plataformas digitais. No fim das contas, são 94 minutos que valem o sofá e a pipoca. 

A minha sugestão é: assista e se divirta.