Possessão (The Possession, EUA, 2012)
Duração: Aproximadamente 92 minutos
Gênero: Terror, suspense
Diretor: Ole Bornedal
Roteirista: Juliet Snowden e Stiles White (roteiro), Leslie Gornstein (artigo)
Elenco: Natasha Calis, Kyra Sedgwick, Jeffrey Dean Morgan, Madison Davenport
Filme assistido na Netflix.
Versão curta
Filme de terror esquecível, cujos diferenciais são a cultura
judaica e ter no elenco o clone de Javier Barden, Jeffrey Dean Morgan.
Versão longa
Ao deparar com Possessão na minha lista do Netflix cometi dois
enganos, achei que não tinha visto o filme e pensei que era estrelado por
Javier Barden. O longa-metragem conta a história de um pai divorciado (Jeffrey
Dean Morgan) passando um fim de semana com suas filhas (Madison Davenport e Natasha
Calis) e uma delas é possuída por um espírito ao adquirir uma misteriosa caixa
preta.
Como em todo filme de terror que trabalha com aspectos
sobrenaturais, ou seja, sem explicitar a figura do espírito e mexendo muito
mais com o psicológico dos personagens, Possessão se sai bem, pois o trabalho
da atriz Natasha Calis é bem convincente. Há uma progressão no grau de
influência que o espírito faz à sua personagem, primeiro com mudanças de comportamento
até chegar às físicas. A história é plausível devido ao bom trabalho dos
roteiristas Juliet Snowden e Stiles White, os dois trabalharam no roteiro de
Presságio (2009), que se basearam num artigo de Leslie Gornstein publicado no Los
Angeles Times chamado A jinx in a box? que basicamente fala sobre um leilão de
uma caixa de madeira que apareceu no eBay e ganhou repercussão devido a caixa
servir de moradia a um espírito segundo o anúncio.
O que acontece de maneira exagerada no início de Possessão é
relatado no artigo de Leslie Gornstein, onde o vendedor da tal caixa relata
sobre queda de cabelos e uma onda de má sorte, e a caixa seria a morada de um Dybbuk,
também escrito como Dibbuk, um espírito que faz parte do folclore judaico e
traduzido do iídiche significa literalmente um anexo, uma fenda para algo, é um
espírito de alguém que não fez a passagem para o outro mundo, e acaba possuindo
o corpo de um sujeito, obviamente, vivo.
Possessão mostra algo da cultura judaica pouco conhecida, a
prática do exorcismo, parecido com o exorcismo da cerimônia cristã, faz-se
necessário conhecer previamente o nome do espírito para que possa enfraquecê-lo,
entretanto a maneira como tal descoberta é feita no filme é frustrante. Explorar
o passado do Dybbuk, seria um ponto interessante, poderia acontecer numa
continuação, ou prequela, que não foi realizado até o momento.
Em se tratando de efeitos especiais, Possessão ainda é
convincente, as cenas envolvendo insetos continuam sendo asquerosas, pois eu
detesto insetos de modo geral, e as cenas em que o Dybbuk age são boas, apesar
de exagerar um pouco na violência física e deixar as cenas com um leve tom
cômico, principalmente no terceiro ato.
Mesmo já tendo assistido ao longa uma vez, eu não lembrava nada
até começar a assisti-lo, relembrando vagamente de algumas passagens. Indicaria
Possessão a vocês se não houvesse filmes melhores com temática parecida, no
caso os trabalhos dirigidos por James Wan (Sobrenatural e Invocação do Mal), se
houver curiosidade assista Possessão, entretanto não é garantia de sustos e
mesmo com os elementos apresentados nesta crítica tornam Possessão em um filme
esquecível.
Trailer