DC Future State: Justice League #02- Crítica

Por Ricardo Syozi

Foto: Divulgação/Marcio Takara/Robson Rocha

Após o gancho ao fim do primeiro número da Future State da Liga da Justiça, o leitor passa a conhecer melhor os vilões e as ameaças que os heróis vão enfrentar. A premissa poderia fazer com que a segunda edição dessa curta HQ fosse o mais genérica possível, porém não é bem o que ocorre. Felizmente.

Foto: Divulgação/Dan Mora

Com uma competente arte dos brasileiros Marcio Takara e Robson Rocha, usando de cores muito bem posicionadas e painéis empolgantes, a revista consegue dar um ar moderno, mas com claras influências de artistas de sucesso dos anos 90. Há quadros abertos que lembram bastante o “boom” das redes sociais contemporâneas, agradando muito o leitor ávido por novas “caras” nos quadrinhos que tanto amamos.

Já o texto é todo escrito pela interessante dupla Ram V. e Joshua Williamson, oferecendo narrativas interessantes tanto na história da Liga quanto da Dark (mesmo que essa análise seja focada apenas na Liga). Gostei demais das nuances entre os personagens, criando momentos de desenvolvimentos raros em tão poucas páginas.

A história começa com a Liga da Justiça presa em um mundo desconhecido pelo HyperClan. Já no planeta Terra, o grupo de vilões passeia pelas cidades disfarçados como os heróis, sendo assim, passam a gozar da empolgação e carinhos das pessoas, porém o fazem enquanto sequestram terceiros para serem usados em uma terrível máquina. Cabe a Batman, Lanterna Verde, Superman, Mulher-Maravilha, The Flash e Aquawoman escaparem de sua prisão e retornarem à Terra o quanto antes para salvar a humanidade.

É verdade que toda a motivação é ultrapassada e em nada agrega ao gigantesco lore da DC Comics, mas é nos detalhes que essa edição me ganhou. Ver o relacionamento entre os heróis é bem bacaninha. Temos o Super que gostaria de que todos soubessem das identidades secretas e passassem mais a viver como uma família como nos tempos de seus pais, mas também temos a Lanterna Verde que acredita que o jeito mais discreto entre o grupo é de maior valia, já que isso acaba protegendo todos ao redor. Essa discussão entre amizade e profissionalismo é ótima, pena que por ter poucas páginas, acaba sendo mais rápida do que eu gostaria.

Do lado dos vilões algo similar também ocorre. Alguns deles gostam do carinho que recebem e demonstram boa vontade em simplesmente assumirem os mantos dos heróis e viverem em paz, por outro lado, o líder deles quer sua vingança, ou seja, mais cedo ou mais tarde, toda a farsa será liquidada e o carinho cessado. Esse dilema demonstra um lado de vilões pouco explorado nos quadrinhos, o que acabou me fazendo ter empatia por muitos deles. Muito legal.

O clímax da história e do arco acaba sendo apenas ok, isso para não dizer um tanto quanto decepcionante, pois após alguns painéis sensacionais, sua conclusão e batalha final é muito aquém do que foi trabalhado até aqui. Mesmo assim, Future State: Justice League 02 consegue propiciar uma história em quadrinhos gostosa para novos leitores ou para velhacos que querem conhecer novos personagens. Nada mal para uma jornada curta.